Ao longo da história, a tecnologia tem sido um agente criador de empregos a longo prazo. Estudos indicam que, após ondas de automação anteriores, a criação de novos empregos superou a eliminação de posições, impulsionando a produtividade do trabalho.
A chamada Quarta Revolução Industrial ou Indústria 4.0 é um amplo sistema de tecnologias avançadas baseadas em inteligência artificial, automação, internet das coisas e computação em nuvem, que está mudando as formas de produção e os modelos de negócios no Brasil e no mundo, seja na indústria, no comércio, nos serviços e na agropecuária.
Essas novas tecnologias impactam significativamente a produtividade e a competitividade, pois aumentam a eficiência do uso de recursos e o desenvolvimento de produtos em larga escala, além de propiciar a integração das empresas em cadeias globais de valor.
A história nos mostra que, em longo prazo, a tecnologia é um agente criador de empregos. Será que desta vez será diferente?
A adoção da tecnologia pode e muitas vezes causa um deslocamento significativo da mão de obra no curto prazo, mas a história mostra que, no longo prazo, ela cria uma infinidade de novos empregos e desencadeia demanda pelos existentes, mais do que compensando o número de empregos que destrói, pois aumenta a produtividade do trabalho. Um exemplo disso é a alta demanda por desenvolvedores, especialmente aqueles profissionais especializados em tecnologias emergentes como Inteligência Artificial e Automação.
A adoção de tecnologias da Indústria 4.0 aumentou a produtividade em até 30% em setores como manufatura e serviços, gerando novas oportunidades de emprego e negócios.
Encontramos muitas semelhanças entre o escopo e os efeitos atuais da automação, em comparação com as ondas anteriores de disrupção tecnológica desde a Primeira Revolução Industrial. No entanto, a automação daqui para frente pode ser mais disruptiva do que nas últimas décadas, dependendo da velocidade da incorporação dos novos avanços tecnológicos. No longo prazo, se o passado servir de referência, a criação de empregos triunfará sobre a eliminação de posições das funções atuais.
A urgência para a requalificação da equipe
Há um componente de urgência no processo de requalificação profissional, porque as mudanças são meteóricas e os conhecimentos requeridos pelas profissões atuais estão sendo modificados a uma velocidade cada vez maior. As exigências seguirão aumentando, principalmente nos campos do raciocínio, da tomada de decisões, da capacidade para trabalhar em grupo e na habilidade para transferir conhecimentos de uma área para outra. Será crucial saber pensar, e pensar bem.
Tirando o robô que pode existir dentro de nós
Do ponto de vista do trabalhador, as novas tecnologias podem ser assustadoras, pois trazem com elas uma associação com “substituição”. Uma forma diferente de abordar esse desafio inevitável é entender que as ferramentas, máquinas e tecnologias de uma maneira geral são criadas para complementar o trabalho humano. Superar essa percepção ajuda a integrar melhor as inovações ao modelo de negócios e a sua adoção por parte dos colaboradores.
Quando você coloca a automação em cena, libera a equipe de tarefas repetitivas e tediosas. Isso dá aos profissionais a oportunidade de se concentrar em tarefas em que possam se sentir mais valorizados. Além disso, os robôs precisam ser planejados, desenvolvidos e gerenciados por mão de obra especializada.
O professor Leslie Willcocks, da London School of Economics, sugere que os robôs podem ajudar a “tirar o robô do ser humano”, assumindo as tarefas mais monótonas e mecanizadas e permitindo que os funcionários humanos se concentrem em papéis mais estimuladores e significativos.
A automação liberou profissionais para se envolverem em atividades mais estratégicas e criativas, aumentando a satisfação no trabalho e o desenvolvimento profissional.
A jornada da automação com a RPA
Há uma infinidade de razões para uma organização implementar um programa para Automação Robótica de Processos (RPA). Essa tecnologia tem sido amplamente adotada por empresas de todos os portes, porque oferece uma maneira de automatizar e simplificar muitas das interações entre pessoas, processos e aplicativos que sustentam estratégias bem-sucedidas atualmente.
Aumento da produtividade, redução dos custos operacionais, aumento da precisão do trabalho, possibilidade de escalar conforme a demanda, redução dos ciclos de desenvolvimento, redução da dependência da TI e o rápido retorno sobre o investimento são os principais motivadores para a sua adoção.
Independentemente do negócio ou setor, sempre há tarefas que podem ser automatizadas. Quer se trate de atividades de entrada de dados em formulários, folha de pagamento, integração de funcionários, faturamento, suporte de helpdesk, reduzir o tempo gasto em tarefas manuais e eliminar erros beneficia enormemente as empresas.
Empresas que adotaram a automação com RPA experimentaram uma redução de até 50% nos custos operacionais, um aumento de 40% na precisão do trabalho e uma redução de 30% nos ciclos de desenvolvimento de projetos.
O papel do Centro de Excelência de RPA
Um Centro de Excelência de RPA (CoE) é uma função corporativa multidisciplinar, que conecta fatores de sucesso de forma a garantir que as pessoas, processos e ferramentas da organização estejam alinhados estrategicamente e produzam um impacto positivo e escalável com o objetivo de incorporar a tecnologia de RPA de forma profunda e eficaz na organização e redistribuir o conhecimento e os recursos acumulados para as implantações futuras.
O CoE centraliza o aprendizado e o conhecimento em um só lugar e compartilha as melhores práticas com todas as unidades de negócios que desejam explorar a RPA. O resultado é uma abordagem bastante simplificada para gerenciar o ciclo de vida dos bots, o que leva a muitas outras vantagens, como a redução de custos e uma maior satisfação dos profissionais com a liberação das tarefas repetitivas, cansativas e entediantes e um foco maior em atividades mais estratégicas e interessantes como planejamento, inovação e relacionamento interpessoal.
O CoE também pode ajudar os gestores a dimensionar o tempo liberado pelos robôs nas atividades de cada agente humano, visando o redirecionamento e um melhor aproveitamento das capacidades e da nova disponibilidade de cada profissional.
A implantação de um CoE é um passo extremamente recomendável para uma jornada de RPA bem-sucedida. Ele estabelece uma estrutura institucional para ajudar a maximizar a criação de valor impulsionada pela automação e acompanhar as inovações mais recentes para manter a competitividade.
Começar é o elemento mais desafiador dessa jornada e nunca é tarde demais para implementar o CoE da sua organização.