A computação em nuvem é um componente em ascensão na infraestrutura de TI moderna e continuará a crescer no futuro próximo, mas a computação no local não vai desaparecer. Nem deveria!
Há muitos motivos para continuar adotando e até expandindo as cargas de trabalho existentes no local. Conformidade, requisitos de latência, segurança e proteção de dados, problemas de custo e produtividade (entre outros) são os principais motivos para executar cargas de trabalho no local, em vez de migrá-las para a nuvem.
O futuro é híbrido
Para avaliar como as organizações desenvolvem e implementam suas estratégias de infraestrutura de TI, a IBM encomendou um estudo para a Forrester Consulting. Foram entrevistados tomadores de decisão de 350 empresas multinacionais de vários setores. Os resultados foram publicados em janeiro de 2020 no documento “The Key to Enterprise Hybrid Multicloud Strategy” e confirmam claramente a premissa de que o futuro é híbrido e que nem tudo migrará para a nuvem.
Quando o conceito de nuvem híbrida surgiu, ofereceu uma nova maneira para empresas e organizações usarem a tecnologia em nuvem para otimizar cargas de trabalho e melhorar a experiência do cliente. Agora, ele amadureceu em um ecossistema complexo, que abrange componentes locais, nuvem privada e nuvem pública.
Uma das principais conclusões do estudo é que o movimento para migrar para a nuvem pública não significa que as organizações devam parar de investir nas suas próprias infraestruturas. As empresas estão aumentando seu orçamento para infraestrutura local na mesma proporção em que estão aumentando o orçamento para a nuvem. Enquanto 82% das organizações planejam aumentar os gastos em nuvem pública, 85% planejam aumentar os gastos em infraestrutura existente, fora da nuvem pública.
Isso não é surpreendente. Considerando que muitos dos aplicativos que são executados nas infraestruturas locais de TI são de missão crítica para os negócios, é lógico que as organizações devem querer mantê-los preservados, operacionais e eficientes. E isso requer investimento.
A expectativa dos entrevistados na pesquisa aponta que 50% das cargas de trabalho críticas serão executadas no local ou em uma nuvem privada interna nos próximos dois anos, mostrando como o desenvolvimento de uma estratégia híbrida pode ser importante para a saúde geral dos negócios. O estudo também reforçou o entendimento que saber onde investir na infraestrutura existente e entender como modernizar estrategicamente é importante para orientar os tomadores de decisão de TI durante a avaliação das muitas opções disponíveis.
Não devemos nos esquecer de que o benefício dos aplicativos executados no local é substancial. Em sua maioria, esses aplicativos foram criados ao longo do tempo, talvez por muitas décadas, e apoiam seus principais processos de negócios. Uma abordagem pragmática significa que os aplicativos corporativos existentes não apenas devem ser mantidos, mas reforçados e aprimorados. Isso ocorre principalmente porque muitos desses aplicativos estão sendo usados com mais intensidade do que nunca, pois as organizações adotaram a transformação digital, o processamento analítico e a computação móvel.
Se uma organização deixar de investir nos software e hardware existentes que executam seus aplicativos críticos, não deve se surpreender quando eles pararem de funcionar com eficiência ou pararem de funcionar por completo. Investir nos upgrades e updates necessários para manter sua infraestrutura de TI operacional é importante, mas infelizmente as atualizações tendem a ser a primeira coisa que sai da agenda quando o tempo e o orçamento são restritos. É um risco silencioso que poucas pessoas estão considerando.
Mas não está tudo indo para a nuvem?
As previsões do setor não falam que tudo migrará para a nuvem? Este é outro exemplo de excesso de empolgação na indústria da tecnologia da informação. Sempre que é usado um termo absoluto como “tudo”, devemos duvidar imediatamente de sua veracidade. Vamos falar sem rodeios: tudo não estará se movendo para a nuvem. O custo e o esforço para fazer isso não resultariam em um retorno razoável do investimento. Há duas razões principais para isso:
· A maioria dos aplicativos existentes não foi desenvolvida para um modelo de nuvem pública e seria necessário muito investimento para desenvolvê-los novamente ou adaptá-los para aproveitar adequadamente uma arquitetura de nuvem pública.
· Mesmo que a demanda seja alta, os provedores de serviços em nuvem (CSPs) não têm como construir sua infraestrutura com rapidez suficiente para suportar toda a capacidade existente dos data centers atuais e oferecer suporte imediato a tudo.
Por fim, há cenários que não se encaixam bem na nuvem pública, em termos de estrutura de preços ou requisitos de conformidade.
Conclusão
O futuro é híbrido, ou seja, multicloud híbrido.
A computação on-premises tem seu lugar na infraestrutura de TI de hoje e, sem dúvida, terá no futuro. Como terá o seu lugar também a nuvem pública e privada. O mais importante é, e sempre deve ser, que você utilize a plataforma e a tecnologia mais apropriadas para cada situação. Muitas vezes, isso significa executar aplicativos em sua infraestrutura de TI no local.
O estudo da Forrester constatou que 90% dos tomadores de decisão de TI concordaram que a infraestrutura local representa uma parte crítica de sua estratégia de nuvem híbrida. No final das contas, é importante encontrar o ambiente certo para cada carga de trabalho. Uma abordagem híbrida geralmente representa uma solução que permite à equipe de TI trabalhar com um sistema conhecido, ao mesmo tempo em que ganha a escala e a flexibilidade que a adição de serviços em nuvem pode trazer.
Não deixe que a obsessão pela nuvem reduza seus outros investimentos em infraestrutura de TI!
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Fontes:
“Don’t let cloud exuberance stop other IT infrastructure investments”, IBM IT Infrastructure Blog, 2020.
“Forrester study shows how on-premises investments support hybrid multicloud strategy”, IBM IT Infrastructure Blog, 2020.
“The right IT infrastructure is hybrid”, IBM IT Infrastructure Blog, 2020.
“The Key to Enterprise Hybrid Multicloud Strategy”, Forrester, 2019